PIB da Paraíba cresce 45,1% em oito anos e fica em 3º no ranking do NE
A economia paraibana foi a terceira que mais cresceu do Nordeste no período de 2002 a 2010. O dado, constatado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado variou na casa dos 45,1% nos oito anos, alta atribuída por especialistas ao desenvolvimento dos setores industrial e de prestação de serviços.
De acordo com o levantamento, a Paraíba registrou uma alta superior à variação constatada nacionalmente, que foi de 37,1%, e à média anual do país, uma vez que o crescimento médio por ano da economia paraibana foi calculado em 4,8%, enquanto o Brasil cresceu 4% ao ano. No Nordeste, a variação do PIB da Paraíba entre os anos de 2002 e 2010 só ficou atrás dos índices do Maranhão (56%) e do Piauí (52,5%).
“O Nordeste todo cresceu nesse período, tanto que a diferença entre os estados não é muito grande. No caso da Paraíba, atribuo essa elevação à nossa indústria, que vem se desenvolvendo bastante, e ao setor de serviços. O Estado vem recebendo novas empresas, como indústrias de transformação e grandes redes de supermercados e shoppings, principalmente em João Pessoa e Campina Grande”, detalhou o economista do Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba (Ideme), Geraldo Lopes, citando o turismo como um segmento que ainda pode ter maior representatividade no PIB estadual.
O analista socioeconômico do IBGE, Jorge Alves, revela o comércio e o setor público como os grandes motores da economia paraibana nos últimos anos. “Apesar da indústria ter dado uma contribuição grande em 2010, o comércio é o que vem despontando em todo o Norte/Nordeste. O problema é que nossa indústria ainda é pouco diversificada, além de ter baixo investimento tecnológico. Isso retarda a economia, abrindo espaço para o setor público como gerador de riquezas e empregos”, opinou o economista.
Em 2010, o comércio varejista da Paraíba liderou o crescimento do volume de vendas na região Nordeste, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No acumulado dos 12 meses, o setor fechou com alta de 19% sobre igual período do ano anterior, bem acima da média do país (10,9%). O comércio também liderou o saldo de vagas criadas entre as oito atividades econômicas (9,972 mil, alta de 13,48%). Naquele ano, o número de empregos registrou recorde da série Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados) e na Rais (Relação Anual de Informações Sociais). Foram gerados um total 36,129 mil postos em 2010, alta de 6,65% sobre o estoque de empregos celetistas e estatutários.
Ainda segundo o estudo do IBGE, as atividades de “Administração, saúde e educação públicas” (33,40%), “Comércio” (13,18%) e “indústria de transformação” (9,36%) foram as que tiveram maior participação no PIB de 2010, que variou 10,3% sobre 2009 na Paraíba.
“O setor primário, por outro lado, vem perdendo espaço ao longo dos anos devido às condições climáticas e a problemas estruturais, como a concentração fundiária. No geral, a Paraíba vem crescendo de maneira acelerada, acompanhando o Nordeste”, concluiu Jorge.
Participação na economia do País recua
Apesar da alta de 45,1% entre os anos de 2002 e 2010 e da variação de 10,3% de 2010 sobre o ano anterior, a participação paraibana na economia nacional recuou de 0,9% para 0,8%, índice que havia ficado congelado entre 1996 e 2008. Sobre o assunto, Geraldo Lopes explica que o fenômeno se repete na maioria dos estados do Nordeste. “A participação da Região ficou congelada em 13% nesses anos e outros estados também não apresentaram variação”, comentou.
O estado do Rio Grande do Norte, no entanto, mesmo tendo registrado o pior crescimento médio do Nordeste nos oito anos (30,9%) e tendo crescido menos que a Paraíba de 2009 para 2010 (o PIB do Estado variou apenas 5,1%) permaneceu com a mesma participação (0,9%).
“O Rio Grande do Norte é forte em petróleo, além de ter um turismo bem desenvolvido. Também temos a desvantagem de ter uma indústria com baixo nível tecnológico. Setores como o têxtil, o calçadista e o de alimentos se destacam, mas, no geral, os ramos mais tradicionais fazem uso de muita mão de obra, mas de poucos recursos tecnológicos, o que impede uma produção mais expressiva”, justificou Jorge Alves.
Agora, a participação da economia paraibana segue isolada na 19ª posição nacional. De 1995 para 1996, a participação subiu 0,1 ponto percentual, quando a participação saiu de 0,7% para 0,8%.
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